Peru - Viagem à Terra dos Incas - Parte II
Foz do Iguazú - Lima (PERU)
Saímos de Foz do Iguazú sem um banho sequer, depois de horas de caminhada, calor na casa dos 40ºC e muito suor, além de ter saído das cataratas ensopados pela queda d'água.
Voamos pela Latam. Saímos no final da tarde para chegar próximo às 22h já no fuso horário do Peru. Sempre ao sair do nosso país, a sensação da adrenalina toma um pouco o nosso corpo. Muitas coisas novas serão conhecidas e mesmo que várias pesquisas tenham sido feitas na internet, estar presencialmente sempre é uma surpresa.
Voamos pela Latam. Saímos no final da tarde para chegar próximo às 22h já no fuso horário do Peru. Sempre ao sair do nosso país, a sensação da adrenalina toma um pouco o nosso corpo. Muitas coisas novas serão conhecidas e mesmo que várias pesquisas tenham sido feitas na internet, estar presencialmente sempre é uma surpresa.
Ao chegar procuramos um taxi ao invés de um Uber, primeiramente precisávamos saber se o Uber era confiável no país. Nossa viagem do aeroporto até o bairro Miraflores custou U$ 20,00, só depois descobrimos que pagamos caríssimo por esse trajeto.
Ao chegar no aeroporto já somos abordados por taxistas que aparecem de todas as partes, mal encostamos os pés na parte de fora do aeroporto e já nos identificam pelo rosto de estrangeiro e começam uma abordagem insistente (uma chatice para dizer a verdade). Uma dica que fica para quem for conhecer o Peru é: Pergunte sempre o valor da viagem de táxi antes de entrar no veículo. Nunca confie plenamente em nenhum taxista. Não é por maldade, mas é porque eles tem o costume de achar que estrangeiros acham normal pagar mais caro e acabam jogando os preços para cima.
Como em todos os lugares, a cada viagem o ar é diferente, respirar no Peru é um pouco mais difícil, o ar é mais seco, relatos de chuvas são dispersos, raros. A cidade tem um clima desértico, é muito comum vermos, assim como no brasil, comerciais de bebidas e sorvetes por toda parte.
SEGURANÇA É COISA SÉRIA
Chegamos à noite na cidade de Lima, tivemos que procurar sem a ajuda do Google Mapas o lugar onde alugamos, saímos a procura de internet ou de informação de alguém que nos pudesse ajudar. Desde quando chegamos em Lima, uma coisa ficou muito clara, a segurança existe por praticamente toda cidade, há lugares perigosos, inevitável, mas nos locais onde há maior aglomeração de pessoas existem policiais por toda parte, e, pasmem, até de madrugada. Era muito comum sair para algum lugar e, de madrugada, ver algum policial nas ruas.
Diversas vezes vimos pessoas fazendo caminhada de madrugada ou indo ao supermercado (existem supermercados 24h por toda parte).
O BARATO SAI CARO
Por haver deixado algumas coisas para a última hora acreditando que lá encontraria passagens mais baratas ou postos de vendas promocionais, fomos surpreendidos pelos preços na passagem de Cusco para Machu Picchu. Tivemos que comprar as passagens num valor praticamente 10x mais caro que o habitual (prefiro não relatar o valor). O mesmo ocorreu com a passagem de trem da cidade de Ollantaytambo até Águas Calientes, mas o preço sempre é alto, então ficou na média.
No parágrafo acima disse que a passagem de trem de Ollantaytambo até Águas Calientes é cara. De fato, é! É inclusive, considerada a passagem de trem mais cara do mundo. Compensa pagar o preço. Pela aventura única, pela história e, sem ela, a única maneira de se chegar a Machu Picchu seria a pé, com uma caminhada de mais de 4 dias. Muitas pessoas fazem isso, também vale a pena, mas para nós que tínhamos apenas 3 dias em Cusco seria impossível chegar até a montanha para conhecê-la.
No parágrafo acima disse que a passagem de trem de Ollantaytambo até Águas Calientes é cara. De fato, é! É inclusive, considerada a passagem de trem mais cara do mundo. Compensa pagar o preço. Pela aventura única, pela história e, sem ela, a única maneira de se chegar a Machu Picchu seria a pé, com uma caminhada de mais de 4 dias. Muitas pessoas fazem isso, também vale a pena, mas para nós que tínhamos apenas 3 dias em Cusco seria impossível chegar até a montanha para conhecê-la.
LIMA IMPRESSIONA
Quando vemos alguma coisa sobre o Peru na TV ou temos contato com alguma pessoa desse lugar, muitas vezes podemos ter uma visão distorcida sobre o país. É comum, no Brasil, encontrarmos vendedores ambulantes ou peruanos em situação de dificuldade. O país não é rico, mas não é tão pobre quanto vemos muitas vezes disseminado na mídia. Por todos os lados há muitas coisas culturais, muitas luz, comércio muito fortalecido e grandes edifícios iluminam e colorem a cidade. Grandes marcas estão por toda parte, principalmente marcas chilenas, bancos nem se fala. Tudo isso, reflexo de uma economia ascendente, que vem em um ritmo de prosperidade e grandes reformas essenciais para o crescimento do país.
Um bairro que nos deixou impressionados foi Miraflores! Bairro cosmopolita na bucólica cidade de Lima. Nesse bairro tem a conhecida costa limeña que é sempre encontrada nas pesquisas da internet como referência da cidade, lugar onde se salta de parapente.
A primeira impressão da cidade, pelo menos no meu ponto de vista, não foi lá das melhores. Nada em particular. É por conta do estilo da cidade mesmo, cuja totalidade é patrimônio mundial em preservação então a antiguidade me surpreendeu bastante. Mas conforme o tempo ia passando a percepção ia se adequando a realidade.
Após encontrar a casa de Rafael pudemos nos sentar um pouco. Fazia frio e estava começando a escurecer. Assim que ligamos nossos celulares e computadores discutimos sobre a possibilidade de ir ou não já comprar as entradas para Machu Picchu.
Eu sentia náusea por conta da altitude, algumas vezes ia ao banheiro a uma distância de 4 metros e não conseguia respirar na metade de caminho. Enquanto discutíamos a possibilidade de sair a procura das entradas, a chuva começou (muita chuva), a temperatura que a pouco era de mais ou menos uns 12 graus foi para uns 4º.
Concluímos que para entrar na reserva, tínhamos que ir comprar naquele momento, sair na chuva (já com as caras amarradas, contrariados com tudo - um queria ir e enfrentar a chuva e frio o outro queria deixar isso para o outro dia). Fomos! Colocamos as capinhas de chuva, vestimos calças e saímos no frio em busca das passagens. O frio causava dor óssea, mal podia sentir as mãos, já estavam inchadas e mal podia fechá-la. Os carros passavam do lado e nos espremiam contra a parede das casas que estavam do lado, sempre jogando em nossas pernas um pouco da água gelada da chuva, o passeio media uns 30 centímetros.
Encontramos as passagens. Se não tivéssemos comprado naquele dia perderíamos o passeio a Machu Picchu. Seria como ir na França e não conhecer a Torre Eifel.
CHUVA E FRIO
Ao chegar em Cusco, após 1h30 de avião saindo de Lima, fomos à procura de Rafael, o dono da casa que nos foi alugada na cidade. Mais uma vez surpreendidos por um taxista que cobrou um preço surreal pela viagem (somente depois descobrimos que a passagem que nos cobravam 20 soles, na verdade valia 6 ou 7).A primeira impressão da cidade, pelo menos no meu ponto de vista, não foi lá das melhores. Nada em particular. É por conta do estilo da cidade mesmo, cuja totalidade é patrimônio mundial em preservação então a antiguidade me surpreendeu bastante. Mas conforme o tempo ia passando a percepção ia se adequando a realidade.
Após encontrar a casa de Rafael pudemos nos sentar um pouco. Fazia frio e estava começando a escurecer. Assim que ligamos nossos celulares e computadores discutimos sobre a possibilidade de ir ou não já comprar as entradas para Machu Picchu.
Eu sentia náusea por conta da altitude, algumas vezes ia ao banheiro a uma distância de 4 metros e não conseguia respirar na metade de caminho. Enquanto discutíamos a possibilidade de sair a procura das entradas, a chuva começou (muita chuva), a temperatura que a pouco era de mais ou menos uns 12 graus foi para uns 4º.
Concluímos que para entrar na reserva, tínhamos que ir comprar naquele momento, sair na chuva (já com as caras amarradas, contrariados com tudo - um queria ir e enfrentar a chuva e frio o outro queria deixar isso para o outro dia). Fomos! Colocamos as capinhas de chuva, vestimos calças e saímos no frio em busca das passagens. O frio causava dor óssea, mal podia sentir as mãos, já estavam inchadas e mal podia fechá-la. Os carros passavam do lado e nos espremiam contra a parede das casas que estavam do lado, sempre jogando em nossas pernas um pouco da água gelada da chuva, o passeio media uns 30 centímetros.
Encontramos as passagens. Se não tivéssemos comprado naquele dia perderíamos o passeio a Machu Picchu. Seria como ir na França e não conhecer a Torre Eifel.
MACHU PICCHU
Já conversou com alguém que foi a Machu Picchu que disse ter sentido os efeitos da altitude? Parece aquelas histórias contatas só para causar impressão. Mas não! Mesmo já tendo conhecido a Bolívia e os efeitos da altitude, em Cusco os efeitos são bem pesados para o corpo, até mesmo para os nativos. É muito comum ver pessoas de lá mesmo caminhando poucos metros e cansando ou respirando diferente.
Uma alternativa à questão da altitude é a folha que coca, que é vendida sem restrições em todo o país. Com ela pode ser feito chás, balas, etc, mas a maioria das pessoas nos países andinos prefere mascar. Puro mesmo, sem nada. Colocam na boca e fazer uma bola de folhas com a saliva e mascam até que ela se desgaste.
Uma alternativa à questão da altitude é a folha que coca, que é vendida sem restrições em todo o país. Com ela pode ser feito chás, balas, etc, mas a maioria das pessoas nos países andinos prefere mascar. Puro mesmo, sem nada. Colocam na boca e fazer uma bola de folhas com a saliva e mascam até que ela se desgaste.
Comidinha no avião |
Trem aguardando embarque em Ollantaytambo |
Aguas Calientes |
Aguas Calientes |
Bandeira do Peru hasteada em Aguas Calientes. |
Deliciosos doces do Peru |
MÚSICA, MÚSICA, MÚSICA
A música está em toda parte, podia ouvir da janela do apartamento as pessoas chegando do trabalho e ouvindo música, os bares tocando algumas bachatas¹ e as pessoas cantando. Era inevitável, quase impossível passar em algum lugar qualquer sem ouvir uma música. Sabe esses artistas que ficam nas ruas se apresentando tocando seus intrumentos indígenas? Lá eles são ícones do país, e tem orgulho de levar sua cultura e os ensinamentos de seus ancestrais adiante.
Eles não se importam de ser índios (nem tem o porque de se importarem), eles têm orgulho muito grande das origens. Mostram as grandezas da etnia e dos antepassados como se fosse uma coisa única e digna de todo respeito do mundo. Mostram seu país como um país sofrido, mas que nunca se abateu diante das dificuldades. Mostram as pedras que foram talhadas, as igrejas, as ruas, roupas e cores, mostram sem medo o orgulho de ser índio e donos do seu próprio país.
A música é parte vital da cultura peruana, uma vez que, todas os antepassados a usavam para fazer seus rituais. Elas passam uma energia positiva para quem a sente. Hoje percebo que para os que tocam em outros países, é para eles a representação do seu país para o mundo. É o que os move.
Depois de algumas pesquisas descobri que a música era na verdade do Equador, de uma artista famoso naquele país, chamado Leo Rojas. Os peruanos o ouvem muito também, pois o país faz parte da Comunidade Andina, que é um acordo de integração entre a Bolívia, Equador e Peru.
A CEREJA DO BOLO
Ouvimos algumas vezes que em Lima não tinham muitas opções, que era só mais uma cidade sem opções reais para o turista, na verdade Lima impressiona, e no último dia, quando resolvemos dar uma explorada e conhecer algum lugar que fosse memorável, encontramos o Circuito Mágico del Água, a cereja do bolo na viagem. Inaugurado em 2007, bateu o record de maior complexo de fontes do mundo em um parque público com o maior gêiser do mundo (80 metros). Não há como ir a Lima e não conhecer esse lugar, haveríamos perdido muito se não o tivéssemos encontrado.
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Imagem Oficial |
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Imagem Oficial |
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Imagem Oficial |
TODO TEMPO É POUCO
Fomos com uma expectativa de que uma semana seria um tempo razoável para conhecer as belezas e os mistérios desse país. Estávamos enganados... a cada cantinho que descobríamos, descobríamos também que existia um mundo inteiro de novas descobertas possíveis.
COISAS DELICIOSAS (OU NÃO) QUE FICARÃO NA MEMÓRIA
Ir ao Peru e não experimentar uma Inca Kola é praticamente considerado não ir. O refrigerante é também um simbolo do país, com um sabor unicamente original. |
Os peruanos são aficionados por doces, é muito comum ir em diversos lugares e encontrar doces nas prateleiras. |
Já conhecia a melhor Fanta do Mundo (na minha concepção) no Chile. Vale a pena experimentar! |
Coca-cola com um toque de baunilha. Saborosa! |
LIÇÕES PARA AS PRÓXIMAS VIAGENS
Nessa viagem ficou muito claro para nós a questão do tempo. Fomos com a expectativa de conhecer tudo em mais ou menos uma semana, e ficou evidente que essa tarefa seria impossível. O país é muito grande, existem muitas dificuldades, principalmente logísticas para chegar em muitos lugares. Para se ter uma ideia, de ônibus de Lima até Cusco pode demorar mais de 22h de viagem, de avião o mesmo trajeto demora 1h30.
Sempre que se faz pesquisas na internet e encontra lugares interessantes para conhecer, a visão que se tem é sempre da pessoa que tirou as fotos ou publicou os próprios relatos, isso quer dizer que, não necessariamente você gostará de todos os lugares que determinado site recomendou, além de poder se interessar por outros lugares que nem fazia ideia que existiam.
Olhando para tudo o que percorremos estamos decididos a organizar nossas próximas viagens com uma duração maior que uma semana. Ter a sensação que estamos no 5º ou 6º dia de viagem e ainda falta muito para conhecer, ou estar conhecendo cada coisa um pouco em uma velocidade maior que o confortável permite não torna a viagem tão agradável, além de criar um pouco de arrependimento de não ter ido visitar algumas coisas ou de não haver comido alguma alguma comida especial.
Evidente que isso não desfez em nada a magia de ter conhecido esse lugar maravilhoso. O Peru é literalmente mágico. Nesse país mora um povo guerreiro, assim como seus antepassados e respiram os novos ares desse novo país que estão construindo.
O percurso que fizemos na foto abaixo:

Os traços e pontos vermelhos representam percursos por terra. Os traços azuis representam percursos por ar.
O percurso que fizemos na foto abaixo:

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