A HISTÓRIA DA HISTÓRIA
Uma Breve história da Roménia
Pré-História
O território
Romeno é habitado por vários grupos diferentes desde a pré-história. No ano de
2002, em uma expedição nos Cárpatos, foi descoberta uma câmara cárstica,
chamada atualmente de Caverna com Ossos (Peștera cu Oase), cheia de restos de
ursos e um fóssil humano, datado em 36 mil anos, o que faz dele um dos fósseis
humanos modernos mais antigos já encontrados na Europa.
Dácia
O Território da
atual Roménia era habitado desde 513 a.C. pelos getae-dácios, uma tribo trácia.
Sob a liderança de Burebista, os Dácios se tornaram um estado poderoso que
ameaçava mesmo os interesses regionais dos romanos. Júlio César pretendia
iniciar uma campanha contra os dácios, mas foi assassinado, não bastasse,
Burebista compartilhou o mesmo destino, sendo assassinado por seus próprios
nobres. Suas terras então foram divididas em quatro, até no ano de 95 d.C. se
reunificarem. Divergiram diversas vezes do Império Romano, e com esses diversos
conflitos, acabaram cedendo em 106 d.C. pelo imperador Trajano (Traian, em
romeno), como consta em diversas fontes, os romanos deixaram de administrar a
região apenas duzentos anos depois.
A Idade Média
romena
Diversas invasões
aconteceram, como a dos eslavos no século VI,
dos búlgaros e magiares no século IX e
dostártaros no século XIII.
Muitos pequenos
estados locais foram criados, mas apenas no século XIII os
principados maiores da Moldávia e
da Valáquia surgiram. Em 1541, toda a Península
Balcânica e a maior parte da Hungria se tornaram
províncias otomanas. A Moldávia, a Valáquia e a Transilvânia permaneceram
autônomas, sob suserania otomana.
No século
XII, a Transilvânia se tornou uma parte autônoma do Reino da Hungria.
No ano 1600,
os principados da Valáquia, Moldávia e Transilvânia foram unificadas
pelo ban (príncipe) valáquio Mihai Viteazul,
mas a unidade se dissolveu após Mihai ser morto, apenas um ano mais tarde,
pelos soldados
de um general do
exército austríaco chamado Giorgio Basta.
Em 1699, a
Transilvânia se tornou uma possessão do Império Austríaco após a
derrota dos turcos. Os austríacos, por sua vez, expandiram rapidamente seu
império: em 1718, uma importante parte da Valáquia, chamada Oltênia,
foi incorporada ao Império Austríaco e foi devolvida apenas em 1739.
Em 1775, o
Império Austríaco ocupou a parte noroeste da Moldávia, posteriormente chamada
de Bucovina, enquanto que a parte oriental do principado
(chamada Bessarábia) foi ocupada em 1812 pela Rússia.
O despertar nacional da
Roménia
Como na maioria
dos países europeus, 1848 trouxe revolução à Moldávia, Valáquia e Transilvânia. As
metas dos revolucionários - independência completa para os dois primeiros
e emancipação nacional para o terceiro, o que não foram realizadas, mas foram
a base de evoluções subseqüentes. Além disso, o levante ajudou a população dos
três principados a reconhecer sua unidade lingüística e de interesses.
Com taxas elevadas
e mal administrado pelo Império Otomano, em 1859, o povo tanto
da Moldávia como da Valáquia elegeu o mesmo
"domnitor" (governante) - Alexandry Ioan Cuza - como
príncipe.
Reino da Roménia
O Antigo Reino
Em 1866, o
príncipe alemão Carlos de Hohenzollern-Sigmaringen foi apontado como
príncipe para pôr um fim à rivalidade e luta pelo poder por parte das
facções boyar romenas. Em 1877, a Roménia declarou
independência do Império Otomano e, após uma guerra turca-romena-russa,
sua independência foi reconhecida pelo Tratado de Berlim, 1878.
Carlos foi coroado
como Carlos I, o primeiro rei da Roménia, em 1881.
O novo Estado,
comprimido entre os grandes poderes dos impérios otomano, austro-húngaro e
russo, voltou-se para o oeste, especialmente a França, em busca de
seus modelos culturais, educacionais, militares e administrativos.
Em 1916, a Roménia entrou na Primeira Guerra Mundial do lado da Entente.
Ao final da guerra, os impérios austro-húngaro e russo haviam terminado;
corpos governamentais criados na Transilvânia, Bessarábia e Bucóvina
escolheram a união com a Roménia, resultando na Roménia Maior.
A Roménia Maior
Ainda na Segunda Grande Guerra Mundial. O movimento nacionalista da Guarda de
Ferro se tornou um fato político importante por explorar o medo do
comunismo e o ressentimento de uma suposta dominação estrangeira e judaica na
economia. Em 1938, para prevenir a formação de um governo que incluiria
ministros da Guarda de Ferro, o rei Carlos II dissolveu o
governo e instituiu uma ditadura real de vida curta.
Em 1939, a
Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto de
Molotov-Ribbentrop, que estipulava, entre outras coisas, o
"interesse" soviético na Bessarábia.
Roménia durante a
Segunda Guerra Mundial
Como resultado,
em 1940 a Roménia perdeu territórios tanto no leste como no oeste: em
junho de 1940, após dar um ultimato à Roménia, a União
Soviética conseguiu a Bessarábia e Bucovina. Dois terços da
Bessarábia foram combinados com uma pequena parte da U.R.S.S. para formar
a R.S.S. Moldava. O restante foi entregue à R.S.S. Ucraniana. Em
agosto de 1940, a parte setentrional da Transilvânia foi anexada à Hungria pela Alemanha e
a Itália.
Como resultado da
ratificação do rei Carlos II de entregar
a Transilvânia setentrional
à Hungria, Dobruja meridional à Bulgária e a Bessarábia, Bugeace Bucovina à U.R.S.S. em 1940,
o general Ion Antonescu foi apoiado pelo exército para assumir o
governo da Roménia. A Roménia entrou na II Guerra Mundial sob o comando
do Wehrmacht alemão em junho de 1941, declarando guerra à União
Soviética para recuperar a Bessarábia e Bucovina. A Roménia
recebeu de Hitler o território entre Nistru e Rio Bug
Meridional para administrá-lo como Transnistria.
Em agosto de 1944,
um golpe liderado por rei Miguel, com o apoio de políticos de oposição e
do exército, depôs a ditadura Antonescu e colocou os exércitos romenos sob
o comando do Exército Vermelho. A Roménia sofreu pesadas baixas
adicionais enfrentando o exército nazista na Transilvânia, Hungria e Checoslováquia.
Ao final
da II Guerra Mundial, a Transilvânia setentrional retornou ao
domínio da Roménia e adquiriu um status de autonomia, mas Bucovina,
Bessarábia e Dobruja meridional não foram recuperadas. A R.S.S.
Moldaviana se
tornou
independente somente em 1991, com o nome de Moldávia.
A Roménia
comunista
A ocupação
soviética após a Segunda Guerra Mundial levou à formação de uma República
Popular comunista em 1947 e à abdicação do rei Miguel, que
partiu para o exílio.
No início dos anos
60, o governo comunista da Roménia começou a assegurar uma certa independência
da União Soviética. Ceauşescu tornou-se líder do Partido Comunista em 1965
e chefe de Estado em 1967. Ceauşescu condenou a invasão soviética da Checoslováquia em
1968 e fez com que houvesse um relaxamento na repressão interna, isso,
o ajudou a se fornecer e criar uma imagem positiva tanto em casa como no
oeste. Seduzidos pela política estrangeira "independente" de
Ceauşescu , líderes ocidentais demoraram a se voltar contra um regime que, ao
final dos anos 70, tornara-se progressivamente duro, arbritário e
caprichoso. O rápido crescimento econômico incentivado por créditos
estrangeiros gradualmente deu lugar a uma austeridade rígida e a uma repressão
política severa.
O governo de
décadas do presidente Nicolae Ceauşescu tornou-se progressivamente
severo no decorrer dos anos 80.

Nicolae Ceauşescu em reportagem pela revista TIME.
Dezembro de 1989
marcou a queda de Ceauşescu e o fim do regime comunista na Roménia, uma
mudança violenta, que resultou em mais de mil mortes durantes os eventos
decisivos em Timişoara e Bucareste. Após uma semana de
estado de emergência na cidade Timişoara, Ceauşescu perdeu o controle
sobre o governo do país, fugindo de Bucareste após convocar uma reunião de
apoio que se voltou contra ele em 21 de dezembro de 1989, sendo
preso e executado em 25 de dezembro de 1989. A série de eventos
conhecida como a Revolução Romena de 1989 permanece até hoje uma
questão de debate, com muitas teorias conflitantes sobre as motivações
e mesmo as ações de alguns dos personagens principais. Um antigo ativista
marginalizado por Ceauşescu ,
Ion
Iliescu conseguiu reconhecimento nacional como líder de uma coalizão
governamental improvisada, a Frente de Salvação Nacional (FSN),
que proclamou a restauração da democracia e liberdade em 22 de dezembro de 1989.
O Partido
Comunista foi declarado ilegal e as medidas mais impopulares de Ceauşescu, tais
como a proibição do aborto e a contracepção, foram
revogadas.
A nova Roménia
Eleições
presidenciais e parlamentares foram realizadas em 20 de maio de 1990.
Concorrendo contra representantes do Partido Nacional Camponês e
do Partido Liberal Nacional pré-guerra, Iliescu venceu com 85%
dos votos. A FSN conseguiu dois terços das cadeiras no Parlamento, nomeou um
professor universitário, Petre Roman, como primeiro-ministro e iniciou
reformas cautelosas de livre mercado.
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Ion Iliescu
Uma vez que o novo
governo ainda era largamente formado por ex-comunistas, protestantes
anticomunistas acamparam na Praça da Universidade, em Bucareste em
abril de 1990. Dois meses mais tarde, esses protestantes, caracterizados
pelo governo como "hooligans", foram brutalmente dispersados
pelos mineiros do Vale Jiu, convocados pelo presidente Iliescu; esse
evento ficou conhecido como a mineiríada.
Os mineiros atacaram também
os quartéis-generais e casas de líderes de oposição. O governo de Petre
Roman caiu no final de setembro de 1991, quando os mineiros retornaram a
Bucareste para exigir maiores salários.
Um
tecnocrata, Theodor Stolojan, foi nomeado para conduzir um governo
interino até que novas eleições pudessem ser realizadas. Uma nova
constituição democrática, promulgada pelo Parlamento, foi aprovada por um
plebiscito em dezembro de 1991. Nas eleições nacionais de setembro de
1992, o presidente Iliescu venceu um novo mandato por uma clara maioria
dos votos e deu a seu partido, a FDSN, um pluripartidarismo. Com apoio
parlamentar dos partidos nacionalistas PUNR e PRM e do partido
ex-comunista PSM, um governo tecnocrático foi formado em novembro de 1992
pelo primeiro-ministro Nicolae Văcăroiu, um economista.
Emil
Constantinescu da coalizão eleitoral da Convenção Democrática (CDR)
derrotou o presidente Iliescu no segundo turno da votação e o substituiu
como chefe de Estado. Victor Ciorbea foi
nomeado primeiro-ministro. Ciorbea permaneceu no cargo até março de 1998,
quando foi substituído por Radu Vasile (PNTCD) mas, nas eleições
de 2000, o Partido Social Democrata(PSD) e Iliescu venceram novamente
e Adrian Năstase foi nomeado primeiro-ministro.

Traian Băsescu,
Presidente da Roménia
Em 2002, a
Roménia foi convidada a entrar na OTAN. No mesmo ano, a União
Europeia confirmou seu forte apoio ao objetivo da Roménia de se unir
à união em 2007. O país passou a fazer parte da UE no dia 1 de
janeiro de 2007 e da OTAN em 29 de março desse mesmo ano. O
atual presidente da Roménia desde 20 de dezembro de 2004 é Traian
Băsescu, que atualmente não faz parte de nenhum partido político. O mesmo havia
passado por duas tentativas de impeachment que não foram bem
sucedidas, fazendo-o assim voltar ao cargo.
Fontes:
http://armyexpo.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Romania
http://www.infoplease.com/country/romania.html
http://www.lonelyplanet.com/romania/history
Uma Breve história da Roménia

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Nicolae Ceauşescu em reportagem pela revista TIME. |
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Ion Iliescu |
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Traian Băsescu, Presidente da Roménia |
Fontes:
http://armyexpo.blogspot.com.br/2010_12_01_archive.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Romania
http://www.infoplease.com/country/romania.html
http://www.lonelyplanet.com/romania/history
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